Infecção urinária é um problema que afeta milhões de pessoas no mundo, mas que ainda por cima, pode ser recorrente, especialmente em mulheres.
Por definição, infecção do trato urinário (ITU) de repetição são as que ocorrem 2 ou mais vezes em um prazo de seis meses ou 3 ou mais infecções em um ano. As recorrências de ITU são tipicamente de cistite simples aguda. Acredita-se que a maioria das recorrências representem reinfecção em vez de recaída (mesmo recorrências causadas pela mesma bactéria), embora ocasionalmente um foco persistente possa produzir uma recidiva.
A cistite simples de repetição é comum entre as mulheres, mesmo entre mulheres jovens e saudáveis que têm tratos urinários anatomicamente e fisiologicamente normais. Em um estudo de mulheres universitárias com seu primeiro episódio de cistite, 27% experimentaram pelo menos uma recorrência confirmada pela cultura nos seis meses seguintes à infecção inicial, e 2,7% tiveram uma segunda recidiva nesse mesmo período. Quando a primeira infecção é causada por Escherichia coli, as mulheres parecem ter mais chances de desenvolver um segundo episódio de cistite dentro de seis meses do que aquelas com uma primeira infecção devido a outro organismo. Em um estudo finlandês de mulheres de 17 a 82 anos que tinham cistite E. coli, 44% tiveram recidiva dentro de um ano.
Fatores de risco — Vários fatores comportamentais, anatômicos, biológicos e genéticos parecem predispor as mulheres a uma cistite simples, bem como à recidiva.
Fatores de risco comportamentais – A relação sexual e o uso de preservativo com espermicida são fatores de risco para cistite simples aguda. Em um grande estudo de mulheres com e sem histórico de cistite recorrente, a frequência da relação sexual foi o fator de risco mais forte em uma análise multivariada. Outros fatores de risco identificados foram:
• Uso de espermicida durante o último ano
• Ter um novo parceiro sexual durante o último ano
• Ter uma primeira infecção do trato urinário (ITU) aos 15 anos de idade
• Ter uma mãe com histórico de ITU
As duas últimas associações são mais uma evidência de que fatores genéticos podem ser importantes em algumas mulheres com cistite recorrente.
Fatores urológicos – Entre as mulheres pós-menopausa, fatores urológicos estão associados à recorrência. Em um estudo de caso-controle de 149 mulheres pós-menopausa saudáveis com histórico de cistite recorrente e 53 controles sem histórico de cistite, os três fatores mecânicos e/ou fisiológicos listados abaixo foram fortemente associados à recorrência. Uma relação causal é incerta. O estudo não avaliou a associação da relação sexual com a recorrência em mulheres pós-menopausa.
•Incontinência urinária (41 versus 9% para casos e controles, respectivamente)
• Presença de um cistocele (19 versus 0 por cento)
•Urina residual pós-diurese (28 versus 2 por cento)
Fatores biológicos ou genéticos – Estudos sugerem que mulheres com cistite recorrente têm aumentado a suscetibilidade à colonização vaginal com uropatógenos (bactérias que causam infecção urinária), mesmo durante períodos assintomáticos, em comparação com mulheres sem histórico de recidiva. Essa suscetibilidade parece resultar parcialmente de uma maior propensão para bactérias aderirem às células do epitélio do trato urinário dessas mulheres.
Há várias estratégias para se evitar a recorrência das infecções urinárias; se esse é um problema para você, consulte um Infectologista!
Fonte: UpTo Date Recurrent simple cystitis in women
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