Varíola do Macaco Monkeypox

Os EUA registraram essa semana um caso de varíola do macaco (monkeypox, do Inglês) em Massachusetts, e um caso suspeito em Nova York. A doença é rara e tipicamente é encontrada na África Central e Ocidental. Porém, um número crescente de casos confirmados ou suspeitos tem sido reportado recentemente no Reino Unido, Portugal, Espanha, Itália, Suécia e Canadá, aumentando o nível de alerta das autoridades sanitárias desses países e da OMS.
A varíola do macaco é uma infecção viral zoonótica silvestre, causada por um ortopoxvírus, do mesmo gênero do vírus que causa varíola, infecção declarada erradicada em todo o mundo em 1980.
A transmissão para humanos pode ocorrer através do contato com um animal ou humano infectado, ou com material corporal humano contendo o vírus, principalmente através de gotículas respiratórias. Como gotículas não podem viajar longe, é necessário um contato próximo mais prolongado. O vírus também pode entrar no corpo através de fluidos corporais, material de lesão cutânea, ou por contato indireto com material da lesão, como roupa de cama.
Os sintomas iniciam com febre, dor de cabeça, dores musculares, linfonodos (gânglios) inchados, calafrios e cansaço. Após esses sintomas, começam as lesões cutâneas como maculas e pápulas, que evoluem para vesículas e pústulas, inicialmente no rosto e tronco e depois se espalham para a periferia do corpo, incluindo os genitais, palma das mãos e plantas dos pés. 
A erupção cutânea passa por diferentes estágios, e pode parecer com varicela ou sífilis, antes de formar crostas que que depois caem. A diferença na aparência da varíola pode ser muito difícil. O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode ser de até 21 dias.
A varíola do macaco é geralmente uma doença autolimitada com os sintomas que duram de 2 a 4 semanas. A disseminação e mortalidade são muito inferiores às da varíola, e portanto o real risco de pandemia é remoto. Casos graves ocorrem mais comumente entre crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e imunodeficiência e podem incluir infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecção da córnea com perda de visão. A extensão em que a infecção assintomática pode ocorrer é desconhecida.
Especialistas temem o retorno da varíola devido à ameaça do bioterrorismo, visto que a varíola do macaco é muito similar à varíola e, embora a vacinação contra varíola tenha sido protetora no passado, hoje as pessoas com menos de 40 a 50 anos de idade (dependendo do país) podem ser mais suscetíveis à varíola devido à cessação das campanhas de vacinação, após a erradicação da doença.  
Casos identificados devem ser isolados para evitar disseminação. O tratamento é de suporte e controle de sintomas, e possíveis tratamentos antivirais fazem parte de protocolos de estudo.
Fontes: CDC, ECDC, OMS
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