Febre, dor no corpo, prostração: Pode ser dengue?

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde, até 02/04/22 ocorreram 323.900 casos prováveis de dengue no Brasil, o que representa um aumento de 85,6% de casos registrados para o mesmo período analisado em 2021.
A identificação precoce dos casos de dengue é de extrema importância para a tomada de decisões e implantação de condutas terapêuticas adequadas no tempo certo, com o objetivo de evitar a ocorrência de óbitos.
A dengue é causada por um arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes) que possui 4 tipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Atualmente os quatro tipos de vírus da dengue circulam no Brasil, intercalando-se na ocorrência de epidemias.
O vírus é transmitido pela picada de mosquitos Aedes que também são responsáveis pela transmissão da Chikungunya, febre amarela e Zika.
Com as altas temperaturas e períodos chuvosos o número de criadouros de mosquitos Aedes aumenta, e consequentemente, os casos de dengue. A principal prevenção da dengue é através da erradicação dos criadouros de mosquitos. O Ministério da Saúde alerta que para fazer o controle efetivo da proliferação do mosquito é necessário tirar ao menos dez minutos de apenas um dia da semana para verificar o telhado, calhas entupidas, piscina, garrafas, pneus e demais itens que possam ser criadouros.
A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, incluindo desde formas leves até quadros graves, como hemorragia e choque, esse caracterizado por pressão arterial muito baixa, com redução da circulação sanguínea e do fornecimento de oxigênio para os órgãos, podendo evoluir para o óbito. Na chamada dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça e ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, vômitos e às vezes discretas manchas na pele (semelhantes à rubéola). A doença geralmente tem duração de cinco a sete dias, mas o período de recuperação pós dengue pode ser acompanhado de prostração e cansaço, e prolongar-se por várias semanas.
A forma grave da dengue, chamada de febre hemorrágica da dengue ou dengue hemorrágica, apresenta no início os mesmos sintomas da dengue clássica, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e choque. Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. Além disso, condições prévias ou associadas como referência de dengue anterior, idosos, hipertensão arterial, diabetes, asma brônquica e outras doenças respiratórias crônicas graves podem constituir fatores capazes de favorecer a evolução com gravidade.
É importante procurar orientação médica, especialmente do Infectologista, ao surgirem os primeiros sintomas de febre alta, dor no corpo e prostração, pois as manifestações iniciais da dengue podem ser confundidas com outras doenças, como por exemplo Chikungunya, influenza, febre amarela, leptospirose, malária e até COVID em alguns casos, e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.
Fontes: Ministério da Saúde, Boletim Epidemiológico, Fiocruz

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