Esporotricose; você sabe o que é?

A esporotricose é uma micose profunda causada por fungos Sporothrix, que contaminam a pele através de perfurações ou arranhaduras, durante atividades com a terra, como jardinagem e agricultura. O fungo vive na terra, principalmente em matéria orgânica em decomposição. Porém, desde 1998 observou-se aumento de casos de esporotricose adquiridos por mordedura ou arranhadura de gatos, chegando a constituir um problema epidêmico em alguns municípios, especialmente no estado do Rio de Janeiro.

A manifestação mais comum da esporotricose é a linfo-cutânea, com aparecimento de lesão ulcerada no local da inoculação e surgimento de nódulos ou caroços seguindo a cadeia linfática com aspecto de um cordão com contas, ou um rosário, e que tem evolução crônica de meses, por atraso no diagnostico ou desconhecimento do tratamento. Mais raramente, existem relatos de casos de esporotricose acompanhados de sintomas sistêmicos com mal-estar, dor muscular, cefaleia e febre, podendo existir casos de doença disseminada em pacientes imunocomprometidos.
A transmissão do fungo ocorre pela contaminação da pele lesionada ou a partir de um trauma na pele, que pode ocorrer tanto por meio de espinhos e farpas de madeira, como por arranhadura e mordedura de animais especialmente gatos infectados por acesso a terrenos e áreas externas com terra.
Nos casos de arranhadura ou mordida, a primeira coisa a fazer é lavar exaustivamente o local do ferimento com água e sabão. Caso tenha sido respingado pela saliva do animal na face ou nas mucosas, está recomendada a lavagem do local com água ou solução fisiológica. Logo em seguida, procurar atendimento médico especializado.
A escolha do tratamento para a esporotricose depende essencialmente da forma clínica da doença e do estado imunológico do paciente.
Recomenda-se que as pessoas com quadro clínico suspeito de esporotricose procurem atendimento médico especializado e que também levem seus animais domésticos a um médico veterinário.
A esporotricose não é uma doença de notificação obrigatória no país, exceto em alguns municípios. Ao conhecer a doença, o indivíduo poderá identificar suas manifestações clínicas e formas de transmissão e tomar as medidas necessárias para controlar o foco local.
Por não existir uma vacina contra a esporotricose, o risco de infecção pode ser diminuído utilizando roupas protetoras ao cuidar das plantas do jardim ou outros materiais que possam estar contaminados pelos fungos. Aos médicos veterinários e tratadores é obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) ao manipular animal doente.
Assim como há tratamento para o ser humano, há tratamento para o animal; procure tratamento para ambos.

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