VÍRUS VARICELA – ZOSTER causador da varicela e do herpes zoster

VÍRUS VARICELA – ZOSTER

causador da varicela e do herpes zoster

O vírus varicela-zoster (VVZ) é um dos oito herpes vírus que acometem seres humanos ao redor do mundo. A infecção por VVZ causa duas formas totalmente distintas de doença: a varicela (catapora) e o herpes zoster (cobreiro ou zona).

Inicialmente, a infecção pelo VVZ causa varicela, doença febril aguda caracterizada por erupção vesicular difusa, ou seja, várias pequenas bolhas pelo corpo inteiro começando sempre da cabeça e tronco e que se estende para as extremidades de braços e pernas. É uma doença altamente contagiosa, com transmissão maior que 90% após contato com pessoas suscetíveis, através do contato com gotículas aerossolizadas de secreções nasofaríngeas ou por contato cutâneo direto com fluidos das vesículas de lesões cutâneas de pessoas contaminadas.

A infecção primária pelo VVZ é geralmente uma doença leve a moderada na infância, comparada com apresentações mais graves em adultos ou pacientes imunocomprometidos de qualquer idade. Felizmente, as taxas de infecção, internações e mortalidade diminuíram muito desde a introdução da vacina contra varicela. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil, disponibiliza no SUS uma dose da vacina varicela, aos 4 anos de idade, correspondente à segunda dose do esquema contra varicela. A primeira dose é aplicada aos 15 meses, como parte da vacina tetraviral (SCR-V).

Após uma ou duas semanas do início de sintomas da varicela, o sistema imunológico consegue criar anticorpos e controlar a replicação do vírus, com o desaparecimento da doença. O problema com o VVZ é que a cura dos sintomas da varicela não significa a cura do vírus.

Ocorre que durante a fase inicial da catapora, o vírus invade as terminações nervosas da pele e migra até algumas cadeias de gânglios localizadas próximo à medula espinhal e ao cérebro, conseguindo, assim, permanecer “escondido” do sistema imunológico por períodos que podem durar décadas.

O indivíduo, portanto, cura-se da catapora, mas permanece infectado pelo vírus varicela-zoster pelo resto da vida. Em geral, isso não é um problema, pois toda vez que o vírus tenta sair do seu “esconderijo” nos gânglios nervosos, o sistema imunológico com anticorpos específicos contra o VVZ consegue impedi-lo, desde que seja forte o suficiente. Contudo, a batalha contra o VVZ depende de um sistema imunológico competente. O vírus pode ficar décadas ou até a vida toda na sua forma latente sem se manifestar, porém na presença de queda da imunidade, como por exemplo nos casos de pessoas com mais de 50 anos, malignidade subjacente, uso de corticoides em doses altas, terapia inmunosupresora, imunodeficiência pelo HIV ou transplante de órgãos sólidos, pode ocorrer a reativação do VVZ, que volta a se multiplicar fazendo o caminho inverso do gânglio onde estava latente até a pele, passando pelas fibras nervosas. Porém, nessa reativação o VVZ não provoca mais a catapora, mas sim uma doença diferente, chamada herpes zoster. Pessoas com herpes zoster podem transmitir o VVZ para pessoas não imunes, mas sempre na forma de varicela, nunca na forma de herpes zoster.

O herpes zoster se manifesta geralmente por pápulas avermelhadas, tipicamente distribuídas em uma faixa (dermátomo) do corpo e sempre unilateral; essas lesões são dolorosas pelo acometimento do nervo subjacente (neurite) e em cerca de 3 a 4 dias evoluem para pústulas; após 7 a 10 dias as lesões secam e ficam cobertas por crostas, fase em que não há mais a transmissão do VVZ. A principal complicação do herpes zoster é a neuropatia pós herpética, definida como dor significativa que persiste por até 90 dias ou mais contando do início das lesões, de difícil controle e debilitante. Cerca de 10 a 15% das pessoas com herpes zoster desenvolvem neuropatia pós herpética, sendo que esse número pode subir para 20% em pessoas acima de 80 anos.

A vacina herpes zoster está disponível no Brasil desde 2014, sendo licenciada para pessoas com 50 anos ou mais e é recomendada como rotina para maiores de 60 anos de idade. A eficácia da vacina contra herpes zoster é de aproximadamente 70%, e a imunização é feita por meio de dose única injetável abaixo da pele (via subcutânea). É contraindicada para gestantes, pessoas imunodeprimidas, pessoas com tuberculose não tratada e alérgicos aos componentes da vacina. Está disponível nos serviços privados de vacinação.
Previna-se!

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