Vacina contra HPV (papilomavírus humano)

A vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV4 – Gardasil) é a única vacina HPV em uso no Brasil atualmente. Foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2014, em um primeiro momento para meninas de 11 a 13 anos e posteriormente estendida para as de 9 a 14 anos. Em 2017, passou a ser oferecida para os meninos de 11 e 12 anos, e, no ano seguinte, para os de 13 e 14 anos. Também está disponível nos CRIE para mulheres até 45 anos e homens até 26 anos pertencentes aos seguintes grupos de risco: • Pessoas vivendo com HIV/Aids • Pacientes oncológicos • Transplantados de células tronco-hematopoiéticas (TCTH) e de órgãos sólidos (TOS).
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) publicou Nota Técnica em que reitera a recomendação da vacina HPV para homens de 27 a 45 anos, em especial os que têm mais chance de infecção e doenças associadas ao vírus. São eles os que vivem com HIV/Aids, em tratamento oncológico, transplantados de células-tronco hematopoiética (TCTH) ou de órgãos sólidos (TOS), e que fazem sexo com outros homens (HSH).
O documento também foi encaminhado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), como sugestão para a ampliação do público contemplado pelos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Atualmente, ao passo que as unidades disponibilizam a vacina para mulheres no grupo de risco até 45 anos, a oferta para a população masculina está limitada aos 26 anos. Na rotina, a vacina HPV pode ser recebida por meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
A SBIm tomou a decisão com base em sete fatores:
O impacto das doenças associadas ao HPV em pessoas imunossuprimidas de ambos os sexos é consideravelmente maior do que na população geral, tanto para condiloma (VG) quanto para os cânceres associados ao vírus;
Os resultados de diversos estudos que avaliaram as vacinas HPV em homens acima de 26 anos mostraram excelentes resultados de imunogenicidade, eficácia e segurança;
Vários países já estenderam o licenciamento das vacinas HPV, permitindo recomendações para pessoas de 27 a 45 anos de ambos os sexos, sejam imunocompetentes ou, em especial, parte de grupos de risco aumentado. Entre eles o Reino Unido, Tailândia, China, Itália e Estados Unidos;
HSH permanecem sob risco constante de infecção pelo HPV ao longo da vida e têm taxas mais altas de infecções que evoluem com maior frequência para lesões benignas (condiloma) e/ou malignas (NIA) na região anal;
Diversas pesquisas comprovaram a eficácia da vacina HPV4 na prevenção de tais lesões e nas recidivas pós-tratamento, o que a torna um adjuvante valioso no tratamento das lesões associadas ao HPV;
A vacina HPV4 é constituída de partículas subunitárias (VLP) não replicantes e não contém material infectante, portanto, muito segura para a população imunocomprometida;
O princípio da equidade entre homens e mulheres deve ser adotado nas recomendações de vacinação quando os dados científicos assim permitirem.
A SBIm recomenda a extensão da vacinação com a vacina HPV4 para o sexo masculino até 45 anos, especialmente para aqueles que pertencem a um dos grupos de maior risco: homens vivendo com HIV/Aids, em tratamento oncológico, transplantados de células-tronco hematopoiética (TCTH) ou de órgãos sólidos (TOS) e que fazem sexo com outros homens (HSH). O esquema preconizado para essa população é de três doses (0, 1-2 e 6 meses), independentemente da idade.

Fontes: Sociedade Brasileira de Imunizações, OMS, Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

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