O aquecimento global pode impulsionar a transmissão de milhares de vírus, facilitando o
surgimento de novas zoonoses – doenças que têm reservatório natural em animais e são
transmitidas para o homem. As informações são de um estudo da Universidade de
Georgetown, publicado na revista Nature, e confirmam as previsões de cientistas que estudam
a evolução das espécies no Instituto Butantan.
“A Covid-19 deixou claro que existe uma interface sensível entre nós e os vírus, e essa
mediação está nos animais que vivem na natureza. Quando o humano perturba esse ambiente
há uma facilitação desses encontros. E estamos assistindo a uma invasão crescente dos
habitats naturais, aumentando essa interface – particularmente no Brasil e em outros países
megadiversos”, diz o pesquisador do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan
Otavio Marques, e doutor em zoologia pela Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com a pesquisa da Nature, até 2070 diversos mamíferos serão forçados a deixar
seus ambientes naturais em busca de climas mais amenos. O Brasil aparece como um dos
locais de risco por conta da sua enorme biodiversidade.
A OMS propõe transformar a maneira como os humanos se relacionam com a natureza através
da Saúde Única (One Health, em inglês), que prevê uma conexão entre a saúde das pessoas,
dos animais e do meio ambiente, integrando áreas como segurança alimentar, meio ambiente e
controle de zoonoses.
Embora muitas dessas medidas sejam caras e complexas, os custos para a implementação
são menores quando comparados aos gastos com doenças emergentes, conforme relatório da
Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES).
Fonte: Instituto Butantan
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